domingo, 21 de setembro de 2014

Curso de Eletrocardiograma

Curso teórico/prático de interpretação do eletrocardiograma:

VAGAS: 10

DATA: 23/08/2015

LOCAL: HOTEL S4 em Águas Claras-DF

apostila para acompanhamento do curso

certificado 12 hs

sala climatizada

aula prática com monitorização digital ao vivo das ondas do ECG

Coffee Break nos períodos da manhã e tarde

Sorteios de Livros relacionados a área

INSCRIÇÕES:

marceloxaviercoelho@gmail.com

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

ANAMNESE E EXAME FÍSICO DO APARELHO CARDIOVASCULAR


Muito bem pessoal, hoje abordaremos um pouco sobre a Anamnese e exame físico do aparelho cardiovascular. Sabemos que através de uma ótima avaliação, conseguimos chegar a um atendimento mais eficaz em nosso paciente, ou seja, seus objetivos fisioterapêuticos estarão mais próximos da realidade e de sua conduta. Uma boa avaliação deve ser constituída de uma anamnese bem realizada, exame físico e exames complementares.
Abaixo, segue um modelo básico a ser utilizado, mas, com extrema importância, pois, muitas das vezes, são nas informações aparentemente menos relevantes é que está a chave para uma excelente investigação.


ANAMNESE:

-          Identificação e história clínica.

-          Identificação:

Nome, idade, sexo, cor( raça), estado civil, nacionalidade, naturalidade, residência, profissão.
- A simples identificação do paciente, já da início ao conhecimento do paciente.


HISTÓRIA CLÍNICA:

-          Queixa principal;
-          História da doença atual;
-          História patológica pregressa;
-          História familiar;

QP:    

É a queixa ou motivo da sua procura, o que mais incomoda. Deve ser única e se possível com as palavras do paciente.

HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL:

Aqui neste ponto, percebo uma enorme dificuldade em nossos alunos e em nossos colegas em conseguir obter informações relevantes acerca da história de determinada doença. Diferente da QP deve ser escrita com termos técnicos e deve seguir um roteiro no qual a sua seqüência nos direcione ao diagnóstico.
Abaixo, colocarei alguns itens que não podem deixar de faltar:

  1. Cronologia (quando iniciou o sintoma)
  2. Evolução (como evoluiu até “hoje”)
  3. Localização
  4. Tipo
  5. Intensidade
  6. Circunstância que iniciou
  7. Fatores de agravo
  8. Fatores de melhora
  9. Manifestações associadas
- Os tratamentos realizados previamente e o atual.

HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA:

Relatos dos acontecimentos passados (doenças do paciente).
Deve se pesquisar:

- Doenças prévias (comuns na infância, diabetes, hipertensão, traumas, fraturas, cirurgias, internações, fumo, álcool, etc.

HISTÓRIA FAMILIAR:

Relato do estado de saúde dos seus familiares: pais, avós, irmãos e filhos.
Investigar a história de diabetes, hipertensão, neoplasias, doenças coronarianas.

Perceberam que nos dados acima, muitos de vocês ao lerem indagaram ser de certa forma simples e natural estas indagações aos pacientes? Mas é aí que nós acabamos de nos complicar, pois, por ser de certa forma simples, acabamos por negligenciar algumas questões que nos passam despercebidas.
Agora abaixo vem o grande diferencial da anamnese do aparelho cardiovascular para as outras anamneses. E para tal, devemos ter bastante atenção!

Anamnese especial do aparelho cardiovascular:

Para caracterizar melhor a dor precordial devemos seguir um roteiro:

Cronologia                                                 periodicidade
Tipo                                                           duração (tempo) da dor
Localização da dor                                    condições que melhoram a dor 
Irradiação da dor                                       condições que pioram a dor
Intensidade da dor                                sinais e sintomas que acompanham a dor     

Algumas características das principais queixas em cardiologia:

“DOR NO PEITO”

A dor no peito (precordial ou torácica) pode ter causa cardíaca e não cardíaca.
-          Origem Cardíaca:
Angina, infarto agudo do miocárdio (IAM), pericardite, aneurisma dissecante da aorta.
-          Origem Não Cardíaca:
Cervicobraquialgia, gastrite, hérnia de hiato e os traumas.


DOR DE ORIGEM CARDÍACA:

ANGINA ESTÁVEL

Localização da dor:
-          Geralmente na região precordial.

Irradiação da dor:
-          Quando ocorre, maioria dos casos, MSE, mandíbula e região cervical. Podendo irradiar também para MSD e para as costas.

Intensidade:
-          Fraca, média ou forte.

Duração:
- Curta duração. 2 a 3 minutos, desaparecendo totalmente após este período.

Condição que melhora a dor:
-          Repouso, nitrato sublingual.

Condição que desencadeia e/ou piora a dor:
-          Esforço físico, frio, alimentação, estresse. Obs: Nunca aparece com o repouso.

Sinais e Sintomas:
-          Náusea, vômitos, sudorese, dispnéia.


ANGINA INSTÁVEL

- Quando a dor precordial mudar as características: maior que 5 minutos ou mais;
- Aparecer em repouso;
- Demorar mais a desaparecer com o repouso ou uso de nitratos.

-          Não relacionada com o esforço.
-          Apresentar melhora com a posição sentada e inclinada para frente
- Apresentar piora com a respiração profunda e com o decúbito.

ANEURISMA DISSECANTE DA AORTA

-          Dilatação localizada da aorta.
-          Quando o sangue sai de seu trajeto normal, e penetra através das camadas da parede da artéria, forma uma falsa luz.
- Dor geralmente precordial, com irradiação para parte posterior do tórax e para os membros; não variando com a posição e a respiração.


DOR DE ORIGEM NÃO CARDÍACA:


CERVICOBRAQUIALGIA

-          É a dor de origem cervical que irradia para o braço.
-          Quando irradia para o MSE é considerado diagnóstico diferencial de IAM.
-          Intensidade variável
-          Duração: dias, semanas, meses ou contínuas.
- Aparecem principalmente em pacientes com má postura.


GASTRITE

-          Dor epigástrica de intensidade variável; sem irradiação.
-          Geralmente relacionada com alimentação e acompanhada de queimação epigástrica.
-          Diagnóstico diferencial de IAM inferior.


ANSIEDADE

-          O paciente pode sentir dor de intensidade variável, com ou sem irradiação, com ou sem náuseas e vômitos.
- OBS: algumas vezes o paciente reconhece os sintomas de angina e tenta simula-los.


“FALTA DE AR”(DISPNÉIA)

-          Dispnéia, caracteriza-se como dificuldade em respirar.
-          Paciente apresenta movimentos respiratórios rápidos e superficiais.
-          dispnéia de decúbito( qdo pcte deita)
-          Dispnéia paroxística noturna( pcte deita sem e acorda com).
- Dispnéia de esforço: grandes, médios ou pequenos esforços


“INCHAÇO NAS PERNAS”

-          a queixa de edema de origem cardíaca tem a seguinte característica:
- Geralmente é frio.
- Mole.
- Indolor.
- Vespertino.
-          Bilateral.


“TOSSE”

- A queixa de tosse de origem cardíaca geralmente é devida a congestão pulmonar.
- Seca
- Aparece ou agrava-se quando o paciente deita-se ou faz um exercício de maior intensidade.
- Pode ser devido ao efeito colateral dos medicamentos.

            Portanto, segue a dica de que nunca devemos negligenciar uma anamnese e um exame físico na fisioterapia e principalmente, quando esta anamnese seja específica para o aparelho cardiovascular.

Espero que tenham gostado, obrigado por fazer parte do universo da fisioterapia cardiopulmonar e espero que deixem seu recado com críticas e sugestões para os próximos tópicos.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O PAPEL DO FISIOTERAPEUTA NA U.T.I

Olá pessoal! Hoje vamos abordar sobre mais um tema atual e interessante da fisioterapia que é o Papel do Fisioterapeuta na UTI. Nosso reconhecimento é cada vez mais visível no ambiente hospitalar e imprescindível dentro de uma unidade de terapia intensiva! Mas, este respeito e reconhecimento só estão nestes patamares devido ao trabalho árduo e de muita propriedade dos colegas extremamente capacitados e competentes para tal trabalho.

Propósito da unidade de terapia intensiva:
- “desenvolver e manter equipe especializada de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, tecnicos de enfermagem, nutricionistas, pisicólogos, que trabalhando em conjunto, proporcionem cuidados intensivos de alta qualidade a pacientes graves, cuja a condição possa assim ser melhorada”(REGENGA, 2012).

Para se fazer este trabalho, é extremamente importante saber que existem vários tipos de unidades, tais como:
- Coronariana
- Traumatológica
- Pós- operatória
- Infecciosa, entre outras.
Além dos tipos de unidades, os componentes essenciais que fazem parte de uma unidade de terapia intensiva, também devem ser levados em conta, e são basicamente os seguintes:
- Pacientes graves;
- Equipamentos de alta tecnologia;
- Equipe com conhecimento e experiência;
- Utilizar os equipamentos com eficiência.

            Como saber se o paciente está apto a ser passível de uma internação em UTI?
É uma pergunta extremamente difícil, mas que pode ser descomplicada aos poucos à medida que pré-estabelecemos parâmetros e critérios. Portanto, os doentes cujas internações são desejáveis se dividem em duas categorias:
  1. Doente grave:
- Alterações hemodinâmicas;
- Alterações respiratórias;
- Alterações renais;
- Alterações neurológicas,etc...

2.      Doente de alto risco:
- Pós operatório imediato de grandes intervenções cirurgicas;

Possivéis alterações encontradas em pacientes na Unidade de Terapia Intensiva:
- Alterações hemodonâmicas:
- Alterações cardíacas
- Alterações respiratórias
- Alterações neurológicas
- Condições pós-traumáticas
- Condições pré-operatórias
Equipamentos e monitorização:


Alguns equipamentos e parâmetros que servem para monitorizar dados importantíssimos em nossos pacientes:

- Freqüência Cardíaca
- Freqüência Respiratória
- Pressão arterial
- Ritmo cardíaco
- Débito cardíaco
- ECG
- Oximetria de pulso
- Catéter de artéria pulmonar
- PVC
- Capnografia
Bem, agora que já conhecemos a importância da unidade, as indicações e os principais equipamentos que nela contém, vamos falar um pouco sobre alterações que de certa forma comprometem nossos pacientes:

Fatores que levam à imobilização do paciente na UTI:
- Permanência prolongada na Unidade de Terapia Intensiva;
- Restrição ao leito;
- Recuperação anestésica;
- Aplicação de sedativos, anestésicos, bloqueios neuromusculares;
- Uso de talas e faixas de restrição;
- Deficiência neurológica;
- Dor;
- Uso de equipamentos para monitorizações.

Efeitos fisiológicos da imobilização


Sistema cardiovascular:


-          Diminuição do volume total do sangue
-           Diminuição da concentração de hemoglobina
-          Aumento da FC máxima
-          Diminuição do consumo máximo de O2
-          Diminuição da tolerância ortostática

Sistema Respiratório:

-          Diminuição da capacidade vital
-          Diminuição da capacidade residual funcional
-          Diminuição do volume expiratório forçado
-          Alterações na relação ventilação-perfusão

Sistema Metabólico:

-          Aumento da excreção de cálcio
-          Aumento da excreção de nitrogênio
-          Aumento da excreção de fósforo
-          Aumento da excreção de magnésio

Sistema Musculoesquelético:

-          Diminuição da massa muscular
-          Diminuição da força muscular
-          Aumento da osteoporose



QUANDO ESTES PACIENTES SÃO INDICADOS PARA A FISIOTERAPIA?

-          Quando há evidência de retenção de secreção
-          Evidência radiológica de atelectasia, infiltrados ou congestão
-          Diminuição de PaO2 e retenção de dióxido de carbono como resultado de retenção de secreção
-          Profilaxia de complicações pulmonares e circulatórias
-          Pacientes cardiológicos com complicações neurológicas

Tratamento fisioterapêutico:

-          Drenagem postural e posicionamento;
-          Tapotagem e vibração;
-          Insuflação manual com ambu;
-          Tosse;
-          Aspiração traqueobrônquica;
-          Exercícios respiratórios;
-          Aerossolterapia.

ADMISSÃO DO PACIENTE NA UTI:
A admissão feita do paciente na UTI, seja ele clinico ou cirúrgico, é realizada por uma equipe multiprofissional formada por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas.
Admissão de pacientes clínicos:
- Os pacientes clínicos poderão chegar à UTI, em diversas condições respiratórias, cabendo ao fisioterapeuta, junto com o médico da unidade, a avaliação da necessidade de oxigenoterapia, e suporte ventilatório não-invasivo ou invasivo.
Admissão de pacientes cirúrgicos:
- Os pacientes submetidos a cirurgia torácica, adultos ou crianças, chegarão à UTI, na maioria das vezes sedados, intubados, sob ventilação mecânica invasiva. Cirurgião e anestesista informarão à equipe da unidade quanto ao procedimento cirúrgico, intercorrências e condições hemodinâmicas e ventilatórias.

Avaliação:

- Verificação de tipos de monitorizações utilizadas
- Avaliação do nível de consciência
- Inspeção da pele e músculos
- Inspeção da caixa torácica
- Ausculta pulmonar
- Espansibilidade torácica e simetria
- Ventilometria
- Pressão inspiratória máxima(Pimáx)
- Pressão expiratória máxima(Pemáx)
- Efetividade da tosse
- Aspecto da secreção traqueal

Quando em VM:

- Modo ventilatório
- Frequência respiratória
- Volume corrente(VC)
- Volume minuto(VM)
- Pico de pressão inspiratória
- PEEP
- FiO2

Bom pessoal, por enquanto é isso, logo mais novas postagens referentes a área cardiopulmonar que sejam relevante para nossa atuação! Obrigado pela leitura!